quarta-feira, 26 de março de 2014

As crianças mudaram?



As crianças estão diferentes, as brincadeiras, a relação com os pais (se fala que os filhos são pequenos príncipes, dentro de casa). Não é raro escutarmos pais falarem que seus filhos não saem do computador, ou não param de jogar no celular... mas e antes????
Antes as crianças brincavam na rua... e não queriam para de brincar e entrar para o almoço!!! Não é? Ou então estavam brincando de boneca e não queriam parar para fazer lição, e daí demoravam a guardar, a mãe ficava brava, entrava no meio da criançada e fazia com as crianças fossem estudar. Ou seja, ordem dada, tem que ser obedecida. E não era porque ela queria, mas ela estava educando e algumas frustrações tem que ser sofridas.
Sim, crianças não querem parar de brincar, elas querem o prazer imediato, ainda não aprenderam a postergar o prazer. Freud tem até um texto intitulado “Mal Estar da Civilização”, no qual ele discute as regras sociais e a necessidade delas para termos uma sociedade com essas bases. Então o que mudou?
Não seria a relação dos pais com os filhos que mudou? Era para almoçar, a mãe chamava 1 vez, 2, 3 e as crianças acabavam vindo para a mesa. Hoje vemos os pais delegando responsabilidades aos filhos, do tipo ‘se você não quiser comer agora, depois vai ter que comer sozinho’, ou ‘não vamos esperar você, nós vamos comer’.
Outra observação é que hoje, muitas vezes se dá comida para o bebê em frente a TV, pois bebê não senta à mesa, e os pais ou responsáveis não a trazem para a cozinha, ou copa, ou sala de jantar.... o hábito continua, pois criança de 2 e 3 anos é difícil de comer, brinca com a comida e daí fica na mesinha dela em frente a TV, vai crescendo e precisa vir à mesa, mas e agora, como trazê-la para essa atividade familiar?
Talvez os pais nem estejam em n a hora do almoço e do jantar e as pessoas responsáveis para facilitar o serviço, dão comida para a criança antes, ela sozinha a mesa é muito chato, porque não deixá-la comer na sala em frente a TV. Daí na hora do jantar, os pais pedem que os filhos venham comer junto, mas os filhos não querem parar de brincar ou trocar mensagem com os amigos (vamos falar a verdade, é tão gostoso conversar com nossos pares, entre os adultos, ou entre as crianças) dizem que não estão com fome, os pais como acham que devem respeitar o ritmo dos filhos deixam-no comer depois e assim vai, come-se hoje dessa forma, amanhã também e assim vai.
Antigamente, quando as brincadeiras eram mecânicas, os pais eram mais determinados ou autoritários ou tinham pulso firme, não sei como denominar isso, mas hora de comer, era hora de comer. A criança podia fazer a onda que quisesse, tinha que comer. Se tivéssemos que respeitar os horários individuais, como a fábrica funcionaria, ou as escolas fariam com o horário do lanche????
Que tal pensarmos em como estamos educando nossas crianças ao invés de reclamara que eles não fazem? Nós também não queríamos obedecer!!!!

quarta-feira, 12 de março de 2014

Cada cultura, um jeito!

Fui assistir Philomena filme de produção mista que narra a procura do filho por sua mãe 50 anos depois de seu nascimento.
Philomena se junta a Martim Sixsmith na busca de seu filho, vendido quando tinha 3 anos pelas freiras do Convento de Roscrea. Dois modos tão diferentes de ver a mesma história... bom, mas o que me chamou atenção foi a relação entre os personagens. Vocês perceberam que Philomena e Martim vão aqui e acolá, viajam, ora ficam tristes, ora alegres e não se tocam em momento algum! Quando estão viajando e se encontram no saguão do hotel para tomar café não se cumprimentam com um beijo no rosto, gesto tão comum entre nós brasileiros... Mesmo ela sendo uma senhora ele não segura em seu braço para ajudá-la, ou quando ela está triste ele não abraça para acolhe-la... nem mesmo a filha (personagem que atua pouco) aparece dando um beijo no momento que ela parece triste e revela ter um filho... parece frio, para nós acostumados com tanta proximidade. No entanto, o diretor deixa claro o cuidado de Martim para com ela, no hotel, no restaurante, e a filha em casa quando fala para ela ir dormir ou quando  escolhe o local para encontrar Martim pela primeira vez...
Eles, Martim e Philomena, têm uma relação diferente da que nós conhecemos mas, em alguns momentos cada um quer uma coisa, mas após uma breve pausa, um compreende o outro sem nenhuma palavra. É lindo quando ele compra a imagem de Jesus Cristo e lhe oferece de presente, ou ela lhe dá sua história para ele contar!
O filme todo, os personagens são polidos, secos, sem chamego, é tão estranho. Em muitos momentos senti falta de um abraço ou de uma mão segurando na outra.

Bom cada um do seu jeito!

terça-feira, 11 de março de 2014

Pomar Paulistano!

São Paulo é tão agitada que é raro olharmos as ruas, mas pode ser uma exercício divertido e que amplia nosso olhar, só temos a ganhar pois começar o dia com a cara emburrada não é bom, e olhar a sua volta pode trazer muita surpresas... 
Então vamos lá, eu ando e olha as árvores e daí pude achar muitas árvores frutíferas, e gostaria de compartilhar minhas descobertas.
O corredor da Av. Sumaré é cheio de pitangueiras e amoreiras, no mês de setembro, época dessas frutas as pessoas que passam por este caminho tem um espetáculo lindo, as árvores floridas – as pitangueiras ficam brancas - e depois elas ficam cheias de frutos, todos pegam, e claro, há os mais tímidos que só passam...
Amoreiras têm muitas espalhadas pela cidade, já escutei até os mais azedos reclamarem que quando elas caem sujam o carro, mas se você tiver paciência e catar um pouco dá até pra fazer geléia. Eu adoro comer geléia de amora das ruas paulistanas; no buraco da Av. Paulista com Av. Rebouças tem uma grande variedade: mangueiras e abacateiros, com frutos lindos, mas acredite, lá tem um pé de castanha portuguesa. Essa árvore fica bem de frente a Av. Angélica e agora neste mês de fevereiro ela tem espinhos das castanheiras, mas é pena que ela não consiga reproduzir, os espinhos não crescem...
Na Rua da Consolação, esquina com R. Antonio Carlos, no canteiro central tem um pé de romã, outro dia tinha flores, preciso passar lá pra ver se já tem fruto. Já imaginaram que mágico, ver aquela avenida tão movimentada, poluída e como num carinho aos passantes, ela oferece essa imagem de uma romã pendurada. 
Outra árvore que resistiu à violência da cidade é uma goiabeira no canteiro central da R. Dr. Arnaldo... e no final da Av. Sumaré, onde na verdade ela chama Paulo VI, tem um mamoeiro que resiste em dar frutos... é lindo ver os mamões ali naquela árvore magrinha, comprida  e tão solitária...
Na R. Cândido Espinheira tem uma jaqueira que está cheia de fruta, essa é uma árvore cuidada, seus vizinhos até fizeram um cercado nela, claro que dificulta pegar as frutas, pois se estão na calçada elas são do povo! mas isso é outro assunto. Hoje vi na R. Macunis, essa sim uma rua bem arborizada, uma goiabeira com frutas amarelinhas, no ponto de colher.
E o maracujá na R. Minas Gerais era lindo, mas oferecia perigo já que estava enrolado no fio de luz, uma vez que esse tipo de planta é trepadeira . Agora ele morreu, dava frutos, caiam na calçada, era cheiroso ainda mais que a flor dele é linda...
Aqui estão algumas que me lembro agora, há outras. Procurar uma árvore frutífera nessa selva de pedra é uma brincadeira gostosa e divertida, procure também perto da sua casa e divida conosco. Vai ser uma delícia ter essa cidade povoada de frutas!!!