quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Que encanto!


As boas surpresas nos pegam de uma maneira que é inexplicável, quando vemos estamos pensando na pessoa, ou mexendo no presente recebido, ou pensando no que nos foi dito, ou rememorando algum fato... Certa manhã aconteceu isso comigo. Entrei na sala do meu local de trabalho e escutei duas pessoas conversando sobre um livro infanto-juvenil. Entrei na conversa e quando vi queria ler o livro... fiquei enlouquecida atrás do tal livro, até que consegui e já iniciei naqulea noite deixando apenas poucas páginas para o dia seguinte... sim literatura infanto-juvenil é fácil, mas esse livro é especial chama-se A Boneca Viajante.
Não é um conto de fadas, mas seu princípio é o mesmo: alguém contou a estória para um que contou alguém pro outra pessoa até que Jordi Sierra i Fabra resolveu escrever para meu/ou nosso deleite. O título já conta de que se trata a estória, é a viajem de uma boneca; mas o mais bonito é a razão pela qual a boneca viaja. Kafka, o autor dessa estória, está conversando com sua mulher e esta diz: "Você [kafka] deu vida a uma insólita fantasia, querido.” E ele, numa perspicácia de quem conhece a psicologia infantil responde: “Não, a única coisa que eu fiz foi recuperar um ser humano. Seria a coisa mais triste Elsi crescer magoada por ter perdido sua boneca." (p.112).  
Assim o livro vai nos surpreendendo pelo encanto que aquela fantasia, criada por Kafka para aplacar a dor de uma perda, vai sendo desenhada, forjada acho que é a palvra mais certa. Numa tentativa de ir criando um fim para a estória a boneca escreve para Elsi, sua dona: "Um dia, quando eu deixar de lhe escrever, nós duas vamos saber que nunca chegaríamos tão longe uma sem a outra. Viveremos cada uma na memória da outra, e isso é a eternidade, Elsi, porque o tempo não existe para além do amor." (p. 87). Somente um grande entendedor da alma humana poderia traduzir de forma tão poética a dor dessa criança e assim a necessidade de eternizar a presença da boneca junto de si.
A Boneca Viajante é um livro surpreendente de ensinamentos sobre a psicologia infantil. Vale a pena lê-lo, adultos e crianças!
Bibliogrfia: Sierra i Fabra, J. - Kafka e a Boneca Viajante. São Paulo: Ed. Martins Fontes - selo Martins, 2009.

P.S. A Exposição sobre Salvador Dali no Instituto Tomie Otake é, como o livro de Kafka, linda... vale muitas visitas!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Que alegria!!!

As notícias nos chegam de modos estranhos. Escutei no rádio um projeto de leitura de estórias de ninar nas livrarias. Aquilo me deixou intrigada... como as crianças que não tem gente para ler estórias na hora dormir vão ter acesso às estórias virtuais? 
Fui pesquisar essa estória! Não é que é um projeto super legal!!!
A Casa da Criança de Santo Amaro idealizou um projeto em que leitores foram convidados a lerem trechos de estórias infantis e gravarem, depois enviavam por whatsapp para a Casa e ela punha para as crianças escutarem. Não é bacana!!!
Assim pode-se minimizar uma falta, pois viver em um abrigo não é fácil, ou mesmo apenas estar de passagem enquanto espera uma adoção, ou os pais se reorganizarem. Nada como profissionais atentos e criativos! 
Veja a reportagem http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/blog-da-redacao/gravacoes-feitas-no-whatsapp-viram-historias-de-ninar-para-criancas-de-abrigos/
Parabéns!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Arte na Rua, não é pra embelezar?

Não há um só dia que as  reclamações sobre a cidade não apareceram, seja pelo transito, ou pela poluição, ou a falta de serviços básicos à população, ou a ciclovia, ou desrespeito com o cidadão e assim vai. Podia arrolar uma porção de motivos que as pessoas acham para reclamar.
Quanto tivemos a lei da Cidade Limpa tivemos uma enxurrada de problematização mas no final todos gostaram. Sempre presto atenção quando saio de São Paulo como as cidade tem uma poluição visual grande. Bom, e...
Dai vieram os grafiteiros e começaram a usar os espaços livres com seus desenhos e enfeitar a cidade, Nem todos gostam, é claro, não se agrada a todos. O grafite traz o questionamento da arte na rua, fora das galerias privadas, dos museus, e dá oportunidade a artistas antes sem chance de mostrar seu trabalho. 
Seguindo esta linha, outras artes começaram a ocupar as ruas. A arte no metro é um grande exemplo. Nesse espaço tem-se desde artes plásticas, fotografia, shows de música popular ou concertos de música erudita etc. 
Assim, a artista Raquel Brust se propôs a enfeitar a paisagem fria do Elevado Costa e Silva - conhecido como Minhocão. A exposição batizada de Giganto instalada nos pilares dessa via retratava rostos de moradores e frequentadores da redondeza. O projeto acabou em janeiro, e agora as fotos iriam perder o colorido com o tempo, numa relação natural, mas não, cartazes foram colado em cima, enfeiando novamente a paisagem, desrespeitando a Lei Cidade Limpa, desrespeitando os transeuntes. Desrespeitando tudo.
A obra que se propunha dar graça e leveza a um espaço público foi destruída. que pena. Ficamos com menos uma obra, com mais sujeira, com menos uma possibilidade de encontro com a arte.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Tem Romã Na Consolação

Ver homens puxando carroças cheias de material reciclado me dói demais, outro dia vi uma família, o homens e a mulher cada uma com uma carroça e dois filhos empoleirado sobre o material. Era lindo ver o casal trabalhando para as crianças, mas era triste ver o trabalho bruto, pesado que tinham que se submeter. Isso sempre me remeter as carroças de antigamente que faziam esse trabalho.
Da mesma forma como isso me entristece, ver a força de vida com que as árvores florescem e frutificam no meio dos carros, do asfalto, longe dos cuidados dos homens me encanta! Quanta força! Pois é, os pés de romã que estão no canteiro central da Av. Consolação, entre a R. Antonio Carlos e a R. Matias Aires, estão com frutos, cheios de romãs. Sim aquele fruto tão caro na época de Natal. 
Agora estou a espera deles amadurecerem, quero vê-los vermelhinhos!! Vai ser lindo!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A Inclusão chega ao parque!

No parque da água Branca, em Perdizes, tem uma estação de equipamentos para cadeirantes. Ela fica entre as baias, perto da equitação adaptada. É um estação com equipamentos cor azul e amarelo (lá tem também os verdes que vemos nas praças, mas este não são adaptados). E mais, os equipamentos tem instruções em braile também. 
Não é sensacional!!!

domingo, 2 de novembro de 2014

Cheiro da Infancia, coisas de criança!

Nessa época, me encanta o cheiro da uvaia, me lembra minha infância. Na minha casa tinha um pé que nos divertíamos chupando uvaia, depois minha mãe fazia suco... huuummm que delícia... muitos paulistanos não conhecem, mas hoje andando pela rua, numa cidade do interior, tinha um pé de uvaia carregado, com muitos frutos caídos no chão. Passei por aquele tapete amarelo e aquele cheiro maravilhoso, me senti tão feliz!
Uvaia é uma fruta do mato, hum é uma delícia: saborosa e muito cheirosa. Aqui em São Paulo, tem dois pés no Parque da Água Branca...
Outra coisa que me aconteceu e fiquei perplexa foi ver uma lagartixa sem rabo... ela corria pra lá e pra cá e eu me vi criança, olhando aquele bichinho, torcendo pra que o rabo cresesse, imaginando como ela teria perdido o rabo... Que delícia me perder nessa brincadeira. Tava tristonha, mas essas duas lembranças me deixaram alegre. Parecia uma menina olhando a lagartixa e depois uma menina leve pisando nas uvaias e enchendo o pulmão com aquele perfume.